Pioneirismo em Tratamento Robótico
No dia 29 de outubro, o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC) traz à tona a importância da conscientização sobre os riscos da doença e a necessidade de prevenção. Em São Paulo, a Secretaria Municipal da saúde (SMS) disponibiliza Centros Especializados de Reabilitação (CERs), que oferecem diversas modalidades de reabilitação, incluindo física, auditiva, intelectual e visual. Esses serviços são realizados por equipes multiprofissionais, compostas por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
Nos últimos quatro anos, o número de pacientes reabilitados após AVC nos CERs da capital paulista aumentou significativamente, com um crescimento de aproximadamente 65%. O atendimento passou de 10.155 em 2021 para 16.786 em 2024. Para contextualizar, em 2022 foram 13.142 atendimentos, enquanto em 2023, esse número subiu para 15.054. Até setembro de 2025, já foram contabilizados 13.173 atendimentos, demonstrando uma tendência de aumento na busca por reabilitação.
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A aposentada Ana Maria dos Santos, de 77 anos, é um exemplo de como a reabilitação pode fazer a diferença na vida dos pacientes. Ela realiza terapia tanto tradicional quanto robótica no CER IV São Miguel, localizado na zona leste da cidade. “Sou destra e tive um AVC que afetou todo o lado direito do meu corpo. Antes, não conseguia fazer nada. A terapia robótica, que eu desconhecia, tem sido de grande ajuda. Agora consigo segurar objetos, cozinhar e até estender a roupa no varal”, relata Ana Maria. Ela destaca que a terapia inclui jogos como pescaria, basquete e pintura, sendo o futebol sua atividade favorita.
A terapia robótica, que utiliza um dispositivo portátil chamado Assistive Rehabilitation Machine (ARM), proporciona uma experiência de fisioterapia personalizada e interativa, combinando exercícios com videogames. Este robô é projetado para auxiliar na recuperação dos movimentos dos membros superiores e grava informações sobre a posição, trajetória e força dos movimentos, ajudando a guiar os membros dos pacientes.
Além disso, a tecnologia do ARM contribui para o fortalecimento muscular, aprimoramento da coordenação motora e aumento da velocidade de movimento. O equipamento permite uma progressão gradual dos exercícios, promovendo melhorias contínuas ao longo do processo de reabilitação.
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Jean Barroso Souza, terapeuta ocupacional do CER IV São Miguel, explica que a combinação da terapia tradicional com a abordagem robótica visa proporcionar autonomia aos pacientes em suas atividades diárias. “O robô é configurado segundo as necessidades individuais de cada paciente, considerando aspectos como coordenação, força e agilidade dos movimentos”, detalha Souza.
O AVC, muitas vezes chamado de derrame, permanece como a principal causa de mortalidade no Brasil e um dos maiores responsáveis por incapacidades ao redor do mundo. No inverno, a incidência de AVCs tende a aumentar. “As baixas temperaturas provocam a contração dos vasos sanguíneos, dificultando a passagem do sangue e elevando a pressão arterial”, analisa Edgar Meles Teixeira, médico regulador da Teleneuro da SMS.
Teixeira esclarece que existem dois tipos principais de AVC: o isquêmico, que ocorre devido à obstrução de uma artéria, impossibilitando a chegada de oxigênio e glicose às células cerebrais, levando à morte celular; e o hemorrágico, que resulta do rompimento de um vaso cerebral, causando hemorragia.
No combate ao AVC isquêmico, São Paulo se destaca como pioneira na utilização de trombolíticos. “Atendimentos rápidos são fundamentais. Quando a trombólise é realizada dentro das primeiras quatro horas, há grandes chances de desobstruir o coágulo e reverter a condição do paciente”, afirma Teixeira.
A SMS implementou protocolos de atendimento a casos de AVC em todos os serviços de urgência e emergência da cidade. Essa padronização assegura um diagnóstico rápido e a definição imediata das condutas, incluindo a realização de exames de imagem e a aplicação de trombólise quando necessário. Assim, a capital paulista se destaca pelos esforços em melhorar a assistência aos pacientes com AVC e reduzir as sequelas da doença.
