Reações de um Congresso em Alerta
A recente operação da Polícia Federal, que envolve os deputados Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, ambos do PL do Rio de Janeiro, provocou uma onda de reações entre os opositores no Congresso Nacional. A analista de Política da CNN, Edilene Lopes, revelou que membros da base bolsonarista enxergam na ação uma estratégia planejada para minar adversários políticos. Essa visão é sustentada por fontes ligadas ao Partido Liberal, que afirmam que a operação integra um esquema articulado pelo governo federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para enfraquecer a base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, visando as eleições de 2026.
A escolha dos deputados envolvidos na operação, segundo críticos, não seria aleatória. Sóstenes Cavalcante, que atualmente é o líder do PL na Câmara, e Carlos Jordy, conhecido por sua expressiva presença nas redes sociais e por sua ativa defesa de ações policiais no Rio de Janeiro, são considerados figuras-chave na estratégia da oposição. Um parlamentar do PL, que optou por permanecer no anonimato, comentou que se as ações da Polícia Federal não se limitassem apenas ao partido de Bolsonaro, mas também se estendessem a partidos de centro e esquerda, isso poderia ocasionar uma verdadeira reviravolta nas investigações, insinuando que irregularidades também seriam encontradas em outros segmentos políticos.
Seletividade nas Investigações
Embora alguns membros do PL reconheçam a possibilidade de irregularidades dentro do partido, a narrativa predominante entre eles é a da seletividade nas investigações. A oposição argumenta que as operações relacionadas a emendas parlamentares têm se concentrado, em sua maioria, em políticos alinhados à direita, enquanto parlamentares de centro e esquerda estariam sendo protegidos de um tratamento semelhante. Essa percepção alimenta a ideia de que a atuação da Polícia Federal estaria sendo influenciada pelas diretrizes do governo Lula, especialmente sob a condução do ministro da Justiça, Flávio Dino.
Além disso, a oposição ressalta que muitos representantes do campo conservador se encontram com processos pendentes no STF, enquanto seus colegas de outras orientações políticas não enfrentam o mesmo nível de escrutínio. Essa disparidade no tratamento das investigações vem sendo amplamente discutida entre os parlamentares que se opõem ao governo atual. A desconfiança é alimentada pelo temor de que a ação da Polícia Federal não seja uma busca genuína pela justiça, mas uma manobra política para deslegitimar e desmantelar a oposição.
Um Cenário Eleitoral Conturbado
Com o cenário político se aproximando das eleições de 2026, as tensões entre os diferentes grupos no Congresso tendem a se intensificar. A operação da PF, portanto, não apenas reflete as disputas internas dentro do legislativo, mas também revela um ambiente político em que cada ação é vista sob a ótica da contenda eleitoral. À medida que a oposição se articula para responder a essas investigações, o governo deve estar atento às repercussões de suas ações, que podem impactar a percepção pública e a dinâmica eleitoral nos anos vindouros.

