Transformações no Copacabana Palace
No cenário atual da hotelaria, o Copacabana Palace se destaca não apenas como um símbolo de luxo, mas também como uma referência em inovações operacionais. Em entrevista ao GLOBO, Ulisses Marreiros, diretor-geral da Belmond no Brasil, revelou que o hotel adotou a nova escala de trabalho 5×2 para 90% de seus funcionários, uma mudança que visa melhorar a qualidade de vida da equipe. Ele também compartilhou detalhes sobre a reforma do anexo do hotel, programada para ser concluída em 2026, e os impactos positivos que o turismo tem proporcionado à instituição, com uma taxa de ocupação prevista superior a 70% este ano.
“O total de reservas confirmadas para 2026 já é quase 25% maior em comparação ao mesmo período do ano passado”, destacou Marreiros. Este crescimento é um reflexo do aquecimento do turismo no Brasil, que, segundo o executivo, está em um bom momento.
A Relevância do Copacabana Palace no Grupo Belmond
Operando em 25 países, o Grupo Belmond considera o Copacabana Palace seu maior patrimônio. O hotel carioca tem sido um dos principais responsáveis pelo faturamento e pela geração de caixa operacional da companhia nos últimos três anos, superando até mesmo os estabelecimentos internacionais da rede. Apesar de as diárias em hotéis como o Splendido Mare, em Portofino, na Itália, chegarem a cerca de € 4 mil (aproximadamente R$ 26 mil), o Copacabana Palace mantém uma média entre R$ 4,5 mil e R$ 4,9 mil, o que se mostra competitivo no mercado de luxo.
Olhando para o Futuro
Com a expectativa de fechar o ano com diárias próximas a R$ 5 mil, Marreiros enfatizou a importância de manter o Copacabana Palace como um patrimônio carioca, já que o hotel é tombado por diversas esferas de proteção do patrimônio. Entretanto, as obras no anexo acarretaram uma redução de quartos, passando de 239 para 140. A reforma, que é considerada o maior investimento em cem anos, prevê a diminuição das unidades de 96 para 68, além da criação de um novo restaurante e de um espaço wellness, que incluirá academia e spa.
Oportunidades e Desafios no Mercado Brasileiro
Com um cenário de crescimento para o turismo no Brasil, que alcançou a marca de 9 milhões de turistas estrangeiros este ano, Marreiros vê um potencial significativo para expandir a oferta hoteleira em locais como Pantanal, Amazônia e Lençóis Maranhenses. Ele acredita que o Brasil está se tornando um destino cada vez mais procurado, especialmente após a recente menção ao país como destino do ano pela revista Travel+Leisure. “Esse reconhecimento terá um impacto positivo para o turismo”, frisou.
A Concorrência no Setor de Luxo
O Rio de Janeiro tem atraído novas marcas hoteleiras, como Four Seasons e Fairmont. Marreiros observa essa concorrência com otimismo, ressaltando que, ao unir esforços, todos os hotéis podem elevar a demanda turística na cidade. “Cada hotel tentará conquistar seu espaço, mas isso só agrega ao mercado”, afirma. Com cerca de 40% dos hóspedes sendo brasileiros, o Copacabana Palace está bem posicionado para manter sua relevância em um mercado em expansão.
Solução para a Segurança e a Atração de Clientes
A segurança ainda é uma questão primordial para o setor hoteleiro. Marreiros comentou que a preocupação é constante entre os hóspedes e, por isso, a administração do hotel investe em estratégias de marketing e presença em feiras internacionais para atrair turistas. Ele também mencionou o foco no mercado asiático, que ainda não retornou aos níveis pré-pandemia, como uma oportunidade de crescimento.
Iniciativas Culturais e Eventos no Copacabana Palace
O Copacabana Palace não é apenas um hotel, mas também um espaço cultural. Desde a reabertura de seu teatro, que ficou 27 anos fechado, o hotel tem promovido eventos como o Copa Art Talks e bailes com temas variados, atraindo hóspedes e o público em geral. A crescente popularidade de eventos sociais, com reservas para casamentos já até em 2027, mostra o potencial do hotel como um centro de celebrações também.
Adaptação à Nova Escala de Trabalho
A recente adoção da escala 5×2 foi uma resposta à necessidade de manter a equipe motivada e com qualidade de vida, apesar de um aumento na carga horária. Marreiros acredita que essa mudança, embora complexa, é crucial para o bem-estar dos funcionários e para a manutenção da produtividade do hotel. “Tivemos que encontrar o momento certo para implementar essa nova escala”, finalizou.
