Trajetória Política e Acusações Graves
O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União), foi preso na quarta-feira, 3, sob a grave acusação de ter vazado informações sigilosas relacionadas a uma operação policial que visava um líder da facção Comando Vermelho. Bacellar, que rapidamente ascendeu na política fluminense, estava sendo cogitado para concorrer à sucessão do governador Cláudio Castro (PL) em 2026.
A operação que resultou em sua prisão, chamada Unha e Carne, foi desencadeada pela Polícia Federal com o intuito de investigar o vazamento de dados da Operação Zargun. Este desdobramento anterior havia culminado na detenção do deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, um antigo aliado de Bacellar.
Conforme a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, Bacellar é acusado de obstruir investigações ligadas a facções criminosas e de exercer influência nas ações contra o crime organizado no estado. Diálogos obtidos pela PF indicam que o deputado não apenas informou TH sobre a ação iminente contra ele, mas também o orientou a destruir provas.
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Ascensão e Conflitos Políticos
Nascido em Campo dos Goytacazes como filho do ex-vereador Marcos Bacellar, Rodrigo iniciou sua trajetória política influenciado pelo pai. Em sua juventude, foi filiado ao PT, mas alcançou destaque ao se eleger deputado estadual pelo Solidariedade em 2018, com 26.135 votos. Durante seu mandato, Bacellar se tornou um dos principais aliados do petista André Ceciliano, o que consolidou sua posição na Alerj.
Entre os momentos marcantes de sua carreira, destaca-se o relato do processo de impeachment do ex-governador Wilson Witzel, em 2020. Bacellar foi reeleito deputado estadual pelo PL em 2022 e, naquele mesmo ano, foi escolhido, por unanimidade, para presidir a Alerj. Sua experiência anterior inclui passagens como assessor na Secretaria-Geral de Planejamento do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e como presidente da Fundação Estadual do Norte Fluminense.
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Embora tenha sido cotado como um potencial sucessor de Cláudio Castro, a relação entre os dois se deteriorou, especialmente após a exoneração do secretário de Transportes, Washington Reis (MDB), decisão que Bacellar tomou sem consultar o governador, que estava fora do país à época.
Investigações e Contexto Criminal
Em 2023, a situação de Bacellar se complicou ainda mais com a abertura de um procedimento investigativo pelo Ministério Público, que apura possíveis casos de enriquecimento ilícito. A investigação se concentra no imóvel onde o parlamentar reside, localizado em Botafogo, na zona sul do Rio. Os indícios apontam que o prédio é de propriedade do advogado Jansens Calil Siqueira, um conterrâneo e sócio de Bacellar em um frigorífico.
Com a prisão de Bacellar, o cenário político no estado do Rio de Janeiro se reconfigura, uma vez que ele se torna o segundo presidente da Alerj a ser detido enquanto ocupava o cargo. Em 2017, Jorge Picciani foi preso na operação Cadeia Velha, que investigou um esquema de propinas envolvendo deputados estaduais em troca de votos favoráveis relacionados ao setor de transportes públicos.
O desdobramento das acusações contra Bacellar e as investigações em curso levantam preocupações sobre a integridade das instituições políticas fluminenses e o impacto que essas situações podem ter nas próximas eleições. À medida que as apurações avançam, a sociedade civil e os partidos políticos observam atentamente os próximos passos.

