Checagem de Fatos sobre a Megaoperação
Na terça-feira (28), o Rio de Janeiro foi palco de uma megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, considerada a mais letal já realizada no estado. Em meio a esse cenário, diversas informações enganosas começaram a circular nas redes sociais, gerando confusão entre os habitantes.
O Fato ou Fake se propõe a esclarecer as verdades e mentiras sobre a operação. Primeiramente, é importante destacar que não houve o anúncio de um Estágio 4 na cidade, como afirmam algumas postagens. Uma imagem que rodou no WhatsApp, utilizando símbolos da Prefeitura do Rio e da Defesa Civil, apresentava a mensagem: ‘Cidade em Estágio 4 — Evite se deslocar e busque um local seguro. Nível de risco: 4 (muito alto)’.
Entretanto, o Centro de Operações Rio, às 16h do mesmo dia, informou que a cidade estava em Estágio 2, em virtude de ocorrências policiais que afetavam o tráfego em diversas localidades. A Prefeitura do Rio garantiu que mensagens com informações falsas estavam se espalhando em aplicativos de mensagens e redes sociais, e que a situação ainda estava sob controle.
O que significam os níveis de alerta
Para esclarecer, os estágios de alerta do Centro de Operações da Prefeitura são os seguintes:
ESTÁGIO 1 🟢 – Sem ocorrências na cidade. Não há mudanças na rotina dos cidadãos.
ESTÁGIO 2 🟡 – Risco de ocorrências de alto impacto. A rotina segue normal, mas a população deve se manter informada.
ESTÁGIO 3 🟠 – Várias ocorrências de impacto na cidade. Alagamentos e problemas de mobilidade podem ocorrer, e recomenda-se evitar áreas afetadas.
ESTÁGIO 4 🔴 – Múltiplos problemas em diferentes regiões. As pessoas devem evitar deslocamentos, a menos que sejam para locais seguros.
ESTÁGIO 5 🟣 – Danos severos à cidade que comprometem a resposta da prefeitura. A população deve buscar abrigo seguro e se preparar para longos períodos sem ajuda.
Desmistificando boatos sobre a violência
Outra informação falsa que circulou foi sobre o fechamento da ponte Rio-Niterói em decorrência da violência. Uma postagem no X indicava que a ponte estava fechada devido à onda de criminalidade. Contudo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) negou qualquer bloqueio na via, afirmando que não havia indícios que justificassem a interdição.
Além disso, surgiram rumores sobre um suposto sequestro do repórter aéreo Genilson Araújo e do Globocop, que também foram desmentidos. Não houve qualquer ocorrência desse tipo, segundo fontes oficiais.
Outro boato diz respeito a um incêndio em um vagão de trem, supostamente em retaliação ao ataque. A SuperVia esclareceu que as imagens divulgadas eram antigas e não tinham relação com a operação que estava em curso. Uma busca reversa revelou que a imagem foi originalmente publicada em julho de 2022, ocorrendo em um ato de vandalismo.
Uma imagem que circulou nas redes sociais, mostrando colunas de fumaça sobre os complexos do Alemão e da Penha, também foi identificada como falsa, gerada por inteligência artificial, segundo a análise do SynthID Detector do Google.
Confirmações e medidas de segurança
Por outro lado, uma informação verdadeira é que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) cancelou as aulas noturnas em seus campi no Rio e em Duque de Caxias devido aos atos de violência registrados. A instituição orientou que os alunos evitem a Ilha do Fundão e que aqueles que estão no campus permaneçam em local seguro.
Outras instituições, como a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-RIO), também suspenderam suas atividades nessa terça-feira.
Contexto da Megaoperação
De acordo com informações oficiais, a megaoperação resultou em pelo menos 64 mortes, incluindo 4 policiais, e 81 prisões. Este evento é considerado o mais letal da história do estado, de acordo com o governo do Rio. A operação teve resposta do tráfico, que espalhou barricadas em várias áreas da cidade, intensificando a tensão nas ruas.
As atualizações sobre essa ação continuam a surgir, e a situação permanece sob observação. O cenário, que lembra uma guerra urbana, chama a atenção para a complexidade do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro.
