Denúncia de Assédio e LGBTfobia em Araruama
Nesta terça-feira, dia 12, Emily Coutinho, uma mulher diretamente ligada ao polêmico caso do garçom Matheus de Souza em Araruama, compareceu à delegacia para relatar sua versão sobre os fatos que têm gerado intenso debate na cidade e na mídia. O episódio ganhou notoriedade após Matheus registrar denúncias de agressões físicas e verbais, alegando que os ataques eram motivados por preconceito, especialmente em razão de seu relacionamento com uma mulher trans.
Emily afirmou que vinha sendo alvo de assédio por parte de Matheus, que, segundo ela, insistia em convites para um relacionamento a três com sua esposa. “Pedi diversas vezes para ele parar, para me respeitar e me deixar em paz. No entanto, ele nunca atendeu ao meu pedido”, declarou. A mulher ainda ressaltou que há testemunhas do comportamento do garçom, incluindo colegas de trabalho que podem corroborar suas alegações.
Ao se dirigir à delegacia, Emily destacou que sua intenção é puramente buscar justiça, afastando qualquer especulação sobre interesse em mídia ou compensação financeira. “Só quero justiça, pois as acusações que ele faz contra mim são muito graves e não são verdadeiras”, afirmou. A jovem também compartilhou que foi criada em um lar com dois homens, enfatizando os princípios de respeito e limites que sempre fizeram parte de sua educação, e completou que deseja esclarecer os fatos de maneira transparente.
Desdobramentos do Caso
O caso envolvendo Matheus e sua esposa, Isadora, continua em investigação pela Polícia Civil. Em relatos anteriores, Matheus afirmou ter sido vítima de agressões físicas e verbais no local de trabalho, após desavenças com Emily. A situação envolveu ofensas homofóbicas e ameaças de morte, sendo registrada como lesão corporal e ameaça, com a gravante de crime motivado por preconceito, em razão da orientação sexual e identidade de gênero.
Isadora, esposa de Matheus, também se manifestou em uma entrevista ao RC, mencionando que o casal buscou atendimento médico e assistência policial sem contar com apoio da empresa ou do poder público local. Eles relataram que receberam suporte da vereadora Benny Briolly, de Niterói. Além disso, o casal está organizando um ato de repúdio à transfobia, marcado para sexta-feira, dia 15, na Praça da Bíblia em Araruama, com participação de diversas entidades e ONGs LGBTQIA+ da Região dos Lagos.
A investigação da Polícia Civil continua, com o objetivo de apurar todas as denúncias feitas, ouvindo testemunhas e analisando provas para determinar os próximos passos do processo judicial. As denúncias incluem tanto as alegações de agressão e LGBTfobia contra Matheus quanto os relatos de assédio apresentados por Emily, revelando a complexidade do caso que vem chamando a atenção da sociedade.