Monitoramento Criminoso em Cabedelo
O chefe do Comando Vermelho na Paraíba, conhecido como ‘Fatoka’, está sendo investigado por utilizar câmeras para monitorar policiais na cidade de Cabedelo, localizada no Litoral do estado. As informações, confirmadas pela Polícia Civil, revelam que ele e integrantes do grupo criminoso controlavam remotamente as imagens de locais estratégicos, o que lhes permitia antecipar ações da força policial.
As investigações apontam que as câmeras eram instaladas em postes, árvores e até em residências, com moradores sendo forçados a permitir a instalação, mesmo que contra sua vontade. Esse sistema de vigilância tinha como objetivo alertar os membros da facção sobre a presença de policiais em áreas onde a organização realizava atividades ilícitas.
Atuação do Comando Vermelho e Fuga de Fatoka
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Fatoka e outros integrantes do Comando Vermelho mantinham acesso ao monitoramento de Cabedelo diretamente do Rio de Janeiro, onde estão foragidos. Essa estratégia permitiu que eles não apenas supervisionassem suas operações, mas também observassem movimentos de facções rivais. A polícia local, por sua vez, já havia tentado retirar as câmeras em diversas ocasiões, mas os criminosos frequentemente reinstalavam os equipamentos.
No contexto da operação realizada em 30 de outubro, a Polícia Civil prendeu 24 indivíduos e bloqueou cerca de R$ 125 milhões em bens relacionados ao tráfico. As ramificações do Comando Vermelho na Paraíba se estendem por cidades como Campina Grande e Bayeux, e a facção é considerada uma dissidência de um grupo criminoso anterior, conhecido como ‘OKD’.
Histórico Criminológico de Fatoka
Fatoka, que tem um longo histórico de atividades criminosas, foi preso pela primeira vez em 2012 por liderar uma facção local e por sua participação em rebeliões nos presídios. Ele ficou encarcerado até 2018, quando participou de uma fuga em massa da Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, onde 92 presos escaparam. Após alguns meses, foi recapturado em Alagoas, mas, surpreendentemente, teve sua pena suspensa devido a uma decisão judicial que permitiu sua liberdade com medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Após romper a tornozeleira, Fatoka se refugiou no Rio de Janeiro, onde permanece foragido. Além de seus crimes relacionados ao tráfico e homicídios, ele está sob investigação por supostamente ter interferido nas eleições municipais de 2024, aliciando eleitores em Cabedelo.
Interferência em Eleições
As investigações atuais, conduzidas pela Polícia Federal com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-PB), também visam apurar a atuação de Fatoka na política local. Ele é acusado de ter indicado pessoas para ocuparem cargos públicos e de ter envolvimento direto na manipulação das eleições na cidade. Uma das figuras presas na operação é Flávia Santos Lima Monteiro, que teria atuado como funcionária fantasma da Prefeitura de Cabedelo, servindo como elo entre o governo local e o Comando Vermelho.
As investigações ainda abrangem outros indivíduos, incluindo o ex-prefeito Vitor Hugo e o atual prefeito André Coutinho, que também foram alvo de escrutínio pela sua conexão com a facção criminosa. A situação destaca a preocupação crescente com a influência do crime organizado nas esferas políticas da Paraíba.