A Emancipação e o Crescimento de Volta Redonda
Volta Redonda, uma cidade que se destaca por sua trajetória de desenvolvimento, nasceu e se desenvolveu com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que chegou na década de 1940. A presença da CSN foi fundamental para a industrialização do Brasil durante a Era Vargas, quando o governo federal adotou uma política de intervenção econômica e planejamento urbano. Os estudos de Ianni (1971) revelam que a CSN representou o projeto dos vencedores da Revolução de 1930, moldando a cidade como um modelo de industrialização.
No planejamento urbano, o governo federal escolheu um modelo de ‘company-town’, onde a CSN dominava a infraestrutura comunitária, segundo Lima (2008). Essa prática, comum no início do século XX, resultou em uma cidade que concentrava habitações, comércio, escolas e serviços sob a gestão da empresa. Assis (2013) descreveu Volta Redonda como uma comunidade predominantemente habitada por trabalhadores da CSN, que controlavam grande parte do mercado imobiliário e os serviços urbanos.
O Legado Urbanístico da CSN
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O urbanista Atílio Corrêa Lima foi o responsável pelo projeto da cidade operária, que se diferencia pela ausência de monumentalidade e pela economia no traçado das vias. A cidade foi concebida em moldes que seguiam a proposta da ‘cidade industrial’ de Tony Garnier, com a intenção de servir de modelo para a nova sociedade urbana que emergia no Brasil. O planejamento incluiu zonas específicas para habitação, trabalho e lazer, em uma clara tentativa de organizar o espaço urbano de maneira funcional.
A troca entre os polos urbano e fabril em Volta Redonda evidenciou uma nova relação entre capital e trabalho, como apontou Lopes (1993). O plano urbanístico tinha a intenção de transformar as ruas e residências em extensões da usina, refletindo a hierarquia da CSN na sociedade. Lopes (2004) também destacou a segregação residencial, onde os bairros eram definidos pela classe social, com a ‘cidade nova’ voltada para a classe técnica da CSN e a ‘cidade velha’ representando a periferia menos favorecida.
Diversidade Educacional e Crescimento Econômico
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Volta Redonda atualmente é um polo educacional com diversas instituições de ensino superior, como a UniFOA e UGB, que atraem milhares de estudantes. O Centro Universitário de Volta Redonda, com mais de 50 anos de tradição, destaca-se com cursos reconhecidos, como o de Medicina.
O impacto econômico dos universitários é significativo. Eles geram demanda em diversos setores, como o mercado imobiliário e o setor de alimentação, além de contribuírem para o dinamismo cultural e de entretenimento da cidade.
Eventos Cívicos e a Celebração dos 70 Anos
A comemoração dos 70 anos de emancipação política de Volta Redonda ocorrerá em uma cerimônia marcada para o dia 17 de julho de 2024, na Praça Sávio Gama. Embora as festividades sejam restritas devido à legislação eleitoral, o evento contará com a execução do hino nacional e uma celebração cívica que reforça o orgulho da população.
A trajetória de Volta Redonda, que começou com a industrialização, evoluiu para um centro educacional e cultural, sendo um exemplo de transformação e resiliência. O futuro promete continuar a tradição de crescimento e inovação, solidificando ainda mais a posição da cidade no cenário nacional.