Iniciativa da Câmara dos Vereadores
Na última quinta-feira, 2 de novembro, um projeto de lei foi aprovado pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, que tem como objetivo a distribuição de repelentes em bairros mais afetados pela infestação de borrachudos. Essa proposta foi elaborada pela comissão de Combate ao Borrachudo e determina que a entrega do material seja feita nas unidades de saúde da cidade.
A proposta passou por uma segunda discussão e agora aguarda a sanção do prefeito Eduardo Paes, do PSD. O vereador Marcelo Diniz, presidente da comissão, ressaltou a importância da medida, especialmente para os moradores que enfrentam dificuldades financeiras.
“Essa conquista é significativa para a população, principalmente para aqueles que não conseguem arcar com os custos de proteção contra esses insetos. Essa lei será de grande ajuda para nossas crianças, idosos e todos que residem em áreas mais carentes”, declarou Diniz.
Leia também: Crianças sem Merenda: Deputado Denuncia Falta de Apoio enquanto Governador Está em Rio de Janeiro
Fonte: rjnoar.com.br
Leia também: Aumento de Doenças Respiratórias em Crianças: Emergência em Saúde Pública no Amapá
Fonte: amapainforma.com.br
Relatos de Moradores e Consequências
Desde a criação da comissão, em junho, foram inúmeras as queixas de moradores que sofrem com a presença dos borrachudos. Desde maio, relatos de inchaço, coceira, vermelhidão e até reações alérgicas têm sido comuns entre os afetados pelas picadas desses insetos.
Especialistas têm apontado o desequilíbrio ambiental como um fator que contribui para essa situação. Os borrachudos se reproduzem em águas limpas e correntes, como rios e córregos, especialmente nas áreas adjacentes a regiões com vegetação. O biólogo Paulo Sérgio Gama, da Secretaria de Meio Ambiente e Clima, explicou que a proliferação descontrolada desses insetos é favorecida pelo acúmulo de matéria orgânica nos córregos, como lixo e esgoto.
Leia também: CLDF Retorna do Recesso com Projetos Cruciais para Votação
Fonte: olhardanoticia.com.br
“As larvas se alimentam dessa matéria orgânica. O problema não está no borrachudo em si, que desempenha um papel ecológico, mas sim no desequilíbrio ambiental que promove sua multiplicação excessiva”, esclareceu Gama. Ele também enfatizou a relevância da preservação da vegetação ao redor dos rios e apoiou iniciativas como o Mutirão de Reflorestamento e os Guardiões dos Rios, que buscam restabelecer o equilíbrio ecológico através da recuperação de áreas verdes e da reintrodução de predadores naturais, como libélulas, anfíbios e aves.
Estratégias para Controle do Borrachudo
Os relatos de moradores das Zonas Norte e Oeste do Rio indicam a gravidade da infestação. No entanto, o subsecretário de Promoção da Saúde, Renato Cony, esclareceu que o uso do fumacê não é uma solução eficaz contra os borrachudos, como muitos acreditam. O veneno não consegue atingir os insetos adultos devido ao seu tamanho diminuto e agilidade.
“O fumacê pode afastar temporariamente os insetos, mas eles costumam retornar em poucos dias. Além disso, essa prática pode agravar o problema ao eliminar predadores naturais, como libélulas e pássaros”, opinou Cony.
Ele recomendou a utilização do BTI (Bacillus thuringiensis israelensis), um larvicida biológico que é eficaz contra as larvas dos borrachudos. Contudo, alertou que essa abordagem tem eficácia temporária e necessita de aplicação regular, o que demanda estrutura e planejamento adequados.
“A aplicação do BTI é uma intervenção importante, mas deve ser complementada com a limpeza frequente dos locais onde os ovos se alojam e com a preservação das áreas verdes que equilibram o ecossistema”, finalizou Cony.