Discussões Essenciais sobre Saúde Animal e Adaptação às Mudanças Climáticas
As mudanças climáticas têm influenciado diretamente a saúde animal e a produção pecuária, um tema que foi discutido em um painel promovido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O evento ocorreu nesta segunda-feira (17), na AgriZone, um espaço dedicado à busca de soluções sustentáveis para a agricultura, durante a COP 30 em Belém, no Pará.
O painel teve como foco principal a construção de sistemas de saúde animal mais robustos, preparados para enfrentar um contexto marcado por eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, enchentes e ondas de calor. Essas alterações impactam diretamente os rebanhos e o sustento de milhares de famílias que dependem da agropecuária.
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Os organizadores do painel enfatizaram a necessidade de novas estratégias de vigilância e resposta, já que os fenômenos climáticos têm alterado a dinâmica e o comportamento de enfermidades em animais. O objetivo é fortalecer os serviços veterinários e promover uma maior cooperação técnica entre países, visando proteger a produção de alimentos em um cenário cada vez mais complexo e desafiador.
Marcelo Mota, diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, destacou a importância de atualizar protocolos e estruturas de defesa agropecuária. Ele ressaltou que os eventos climáticos extremos representam desafios sem precedentes para a saúde dos animais e para a atuação dos serviços veterinários. “As mudanças climáticas estão impondo novas exigências aos sistemas de atenção veterinária. É necessário um novo paradigma que considere a circulação de doenças em animais sob a influência das alterações climáticas e dos fenômenos meteorológicos extremos”, afirmou Mota.
O diretor também observou que os efeitos das mudanças climáticas já são visíveis no campo, impactando diretamente a capacidade de prevenção de doenças. “Esses eventos têm colocado uma pressão adicional sobre os serviços veterinários, afetando a saúde animal de diversas maneiras”, completou.
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Fonte: omanauense.com.br
Durante sua apresentação, Mota detalhou os avanços que o Brasil tem alcançado em relação à modernização de seus sistemas de avaliação e vigilância sanitária. Ele destacou a relevância da colaboração entre diferentes instituições, como a Confederação Nacional de Agricultura, a Embrapa, a Academia e a Universidade de São Paulo (USP), que têm contribuído para o fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde veterinária.
O painel também serviu como um preparativo para discussões mais aprofundadas que ocorrerão na Blue Zone da COP 30. Mota confirmou que haverá uma nova reunião na próxima quinta-feira (20), onde espera-se a presença de representantes de alto nível do Mapa, da OMSA, do Conselho de Veterinária e da Confederação Nacional de Agricultura.
A diretora-geral da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, conduziu a sessão e destacou a interconexão entre a saúde animal, a saúde humana e o meio ambiente, um conceito conhecido mundialmente como Saúde Única (One Health). Essa abordagem integrada é refletida na nota conceitual do evento, que sublinha como eventos climáticos extremos podem modificar a dinâmica de doenças, prejudicar a oferta de alimentos e impactar os meios de subsistência, especialmente em regiões que dependem da pecuária.
O painel contou com a participação de especialistas da USP, do Insper e da Embrapa, além de representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará. Essas instituições apresentaram experiências e práticas brasileiras em vigilância epidemiológica, prevenção de doenças e adaptação sanitária de rebanhos frente a eventos climáticos severos, contribuindo com análises técnicas que ajudam a aprimorar os sistemas de saúde animal.
As discussões continuarão na Blue Zone, onde representantes do Mapa, organismos internacionais e do setor produtivo deverão apresentar soluções integradas para a saúde animal dentro das estratégias de adaptação às mudanças climáticas. Este esforço também está alinhado com as agendas voltadas para a produção pecuária sustentável, bem-estar animal, inovação em vigilância sanitária e o fortalecimento de políticas que sustentem sistemas produtivos resilientes.

