Um Guia Inovador para Explorar as Favelas Cariocas
Já está disponível na internet o guia “Descubra a Favela – Um guia para viver as favelas de dentro”. Esta publicação apresenta uma imersão nas experiências turísticas de seis favelas na zona sul do Rio de Janeiro: Babilônia, Vidigal, Rocinha, Pavão-Pavãozinho, Dona Marta e Providência.
Destinado a turistas de diversas partes do mundo, o guia mapeia não apenas os pontos turísticos, mas também destaca a rica gastronomia e as iniciativas empreendedoras dentro dessas comunidades, promovendo uma conexão mais próxima entre os visitantes e os moradores locais. Além disso, essa obra está acessível em português, inglês e espanhol, facilitando o acesso a um público amplo.
Dentre os projetos que o guia destaca, encontra-se o coletivo Nós do Crochê, localizado na Rocinha. Este projeto tem como foco a capacitação profissional de mulheres, e Dayanne Albuquerque, assistente administrativa do grupo, expressa sua satisfação com a visibilidade que a publicação proporciona: “Estar presente em um projeto como esse amplia a nossa visibilidade, conecta o nosso trabalho a um público mais diverso e fortalece a valorização das iniciativas que nascem dentro das comunidades”, afirma. “O guia nos ajuda a mostrar que o crochê vai muito além de um produto: ele carrega histórias, afeto e a transformação social que vivemos todos os dias no ateliê.”
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Fonte: soudebh.com.br
Outro destaque do guia é o Favela Orgânica, uma iniciativa criada pela chef Regina Tchelly há 14 anos. O projeto, que atua nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, busca promover o consumo consciente e combater o desperdício de alimentos. Atualmente, suas ações se estendem a outros estados e até mesmo a fora do Brasil, ampliando assim seu impacto.
A idealização da publicação é do Instituto Aupaba, uma organização sem fins lucrativos que visa utilizar o turismo como uma ferramenta de transformação social. Luciana de Lamare, presidente e cofundadora da entidade, ressalta que o guia busca integrar as experiências das favelas com o restante da cidade. “A força do empreendedorismo das favelas também coloca o carioca como parte desse contexto de consumo e participação coletiva. Todos são convidados a frequentar as favelas na medida em que esses serviços são interessantes de serem consumidos e reconhecidos, tanto quanto o asfalto”, destaca Luciana.
Ela complementa, ainda, que o guia serve como um instrumento de escuta para a formulação de políticas públicas mais eficazes. “A ideia é gerar maior integração entre o que está acontecendo na favela e o que está acontecendo no asfalto. Mapeando as necessidades reais, conseguimos fazer um advocacy [mobilização em defesa de uma causa] com base no que os empreendedores comunitários realmente precisam”, conclui.
Para quem deseja acessar esta valiosa publicação de forma gratuita, basta procurar no site do Instituto Aupaba e começar a explorar as ricas experiências oferecidas pelas favelas do Rio de Janeiro.