Operação Unha e Carne: A prisão que abalou o cenário político
A Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro prendeu, na última terça-feira, o desembargador Macário Júdice Neto, que atua no Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF-2). A detenção ocorreu no contexto da operação Unha e Carne, que investiga o suposto vazamento de detalhes sobre a prisão do ex-deputado estadual Thiego Santos, conhecido como TH Joias, acusado de conexões com organizações criminosas.
Além da prisão do desembargador, a operação resultou na detenção do presidente afastado da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, do União Brasil. Bacellar permaneceu sob custódia na superintendência da PF por uma semana, mas foi liberado após o Parlamento estadual revogar sua prisão. Assim que recuperou a liberdade, ele solicitou uma licença do mandato, que durará dez dias.
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Macário Júdice Neto era o relator do processo que envolve TH Joias no TRF-2. A PF está apurando se o desembargador teria compartilhado informações sobre a prisão de Santos com Bacellar, que, por sua vez, teria alertado um aliado sobre a operação em andamento.
Flávia Ferraço Lopes Júdice, esposa do magistrado, ocupava um cargo na diretoria-geral da presidência da Alerj, onde trabalhava em conjunto com Bacellar. Ela foi exonerada de suas funções em 6 de novembro, conforme registro no Diário Oficial do Estado.
Além da prisão do desembargador, os agentes da PF também executaram dez mandados de busca e apreensão em diferentes locais no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, reforçando a magnitude da operação. Até o momento, o Valor Econômico tenta estabelecer contato com os advogados de Júdice Neto, mas não obteve retorno. O TRF-2 e a Alerj, até o fechamento desta matéria, não se pronunciaram sobre a situação.
É importante lembrar que Júdice Neto havia assumido seu cargo no TRF-2 em 2023, após um afastamento de 17 anos da magistratura, decorrente de uma acusação de venda de sentenças em esquemas de caça-níqueis. Em 2014, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu extinguir a ação contra ele, alegando a falta de provas suficientes. No ano de 2022, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou seu retorno à atividade judicial.

