Investigação Revela Irregularidades no SUS
O afastamento do secretário de Saúde, Pontes de Miranda, foi determinado pela Justiça e acatado pelo governador Paulo Dantas. Em uma nota oficial, Dantas anunciou a formação de uma comissão responsável por investigar as alegações feitas pela Polícia Federal (PF).
Na declaração, o governador enfatizou a gravidade das notícias sobre os desvios, afirmando que essa medida visa garantir que a investigação seja feita de forma total, técnica e imparcial, sem qualquer interferência externa. “É imprescindível que todos os fatos sejam apurados com seriedade”, destacou.
A comissão que irá acompanhar essa investigação será composta por representantes do Gabinete Civil, da Controladoria-Geral do Estado e da Procuradoria-Geral do Estado, conforme mencionado na nota divulgada pela assessoria do governo.
Segundo o comunicado, “a comissão terá como função acompanhar e colaborar com os órgãos de investigação, assegurando a proteção dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da presunção de inocência, que são basilares no Estado Democrático de Direito”.
Em complemento ao seu pronunciamento, o governo de Alagoas reforçou que não tolera quaisquer irregularidades, especialmente aquelas que envolvem o uso indevido de recursos públicos destinados à saúde. “Estamos comprometidos com a transparência e a responsabilidade no uso do dinheiro público”, afirmou Dantas.
O governador também garantiu que as atividades da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) continuam normalmente, e que o atendimento à saúde pública em todas as unidades e programas permanece em funcionamento, com uma supervisão rigorosa.
A Operação Estágio IV, que está em curso, investiga casos de lavagem de dinheiro e desvio de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas. As investigações revelaram desvios que podem ultrapassar R$ 100 milhões, levando a PF a cumprir 38 mandados de busca e apreensão, além do afastamento do secretário de Saúde por um período de 180 dias.
De acordo com a Polícia Federal, as irregularidades estão ligadas a contratos emergenciais e ressarcimentos fraudulentos, envolvendo tanto o SUS quanto a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), empresas privadas e servidores públicos. Essa situação acende um alerta sobre a necessidade de maior rigor e fiscalização no uso de recursos públicos, especialmente em um setor tão sensível como a saúde.

