Desembargador Sob Suspeita na Operação Unha e Carne
A Polícia Federal (PF) está investigando indicações de que o desembargador Macário Judice Neto, que foi preso na terça-feira (16) durante a Operação Unha e Carne, teria colaborado para o vazamento de uma operação que visava o ex-deputado estadual TH Joias (MDB). O ex-parlamentar é apontado como aliado do Comando Vermelho (CV) e é um dos principais alvos nesta fase da investigação.
De acordo com informações obtidas, Judice Neto, que atua como relator do caso no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), estava acompanhado de Rodrigo Bacellar, então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no momento em que Bacellar fez uma ligação para TH Joias, alertando-o sobre a operação. Essa informação foi confirmada por uma fonte da PF que conversou com o blog.
Além disso, a PF encontrou em um celular de Bacellar mensagens trocadas entre ele e o desembargador, que ajudaram a fundamentar a operação, reforçando a suspeita de conluio.
Leia também: IBDFAM-PE Revela Importância em Evento sobre Tecnologia e Inovação no Recife
Fonte: soupetrolina.com.br
Leia também: Desvio de Drogas no Espírito Santo: Esquema Revelado na Operação Turquia
Fonte: jornalvilavelha.com.br
Investigações em Andamento
Os dois estavam em um restaurante no momento do aviso a TH Joias, conforme revelaram os investigadores. O desembargador Judice Neto foi detido em meio a desdobramentos que se seguiram à apreensão e análise do conteúdo do celular de Bacellar.
Este desdobramento é parte de uma investigação mais ampla. Bacellar já enfrentava problemas legais, tendo sido preso anteriormente, no dia 3 de dezembro, por supostamente ter vazado informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun, que também visava o ex-deputado TH Joias. O ex-parlamentar é investigado por tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro.
Além disso, TH Joias é alvo de investigações por possíveis negociações de armas com o CV, aumentando a gravidade dos crimes que lhe são imputados.
Leia também: MEC Reconhece Iniciativas Inovadoras em Economia Verde: Veja os Vencedores
Fonte: curitibainforma.com.br
Desdobramentos Legais
Após sua detenção, Bacellar se recusou a fornecer a senha de seu celular aos agentes da PF, mas, mesmo assim, foi possível acessar o conteúdo do dispositivo, que agora é peça-chave nas investigações. Durante sua prisão, foram encontrados R$ 90 mil em seu veículo.
Um dia após a sua detenção, os parlamentares da Alerj deliberaram sobre a soltura de Bacellar, resultando em 42 votos a favor e 21 contra a revogação da prisão. Contudo, em 9 de dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revogou a prisão e impôs medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Essas medidas também implicaram em restrições significativas, como o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de comunicação com outros investigados, além da entrega de passaportes e suspensão do porte de arma.
Posicionamento da Defesa
A defesa do desembargador Macário Judice Neto emitiu uma nota à imprensa afirmando que o ministro Alexandre de Moraes foi “induzido ao erro” ao determinar a prisão. Os advogados alegam que a cópia da decisão que decretou a detenção não foi disponibilizada, o que prejudicou o direito à ampla defesa. Em sua declaração, a defesa ressaltou: “A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”.
Esse caso continua a evoluir e a PF segue em busca de mais informações que possam solidificar as alegações de conluio e vazamento de informações, em um cenário que coloca em xeque a integridade de autoridades envolvidas no processo judicial.

