O Papel da Economia Popular e Solidária na Transição Ambiental
Durante os debates promovidos na COP 30 em Belém (PA), Fernando Zamban, secretário nacional substituto de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, fez um alerta significativo: a transição ambiental não poderá ser efetiva se não estiver acompanhada de transformações sociais e econômicas profundas. A declaração foi feita no sábado, 15 de novembro, durante o painel intitulado ‘Economia Solidária no Território Brasil Nordeste’, organizado pelo Consórcio Nordeste na Zona Verde do evento.
“Se não discutirmos uma transição social e econômica, dificilmente teremos uma transição ambiental satisfatória para o planeta. O modelo da Economia Popular e Solidária representa um caminho viável para essa transição justa”, enfatizou Zamban. Ele ressaltou a importância de colocar as pessoas no centro das discussões, deixando claro que a abordagem atual frequentemente ignora as experiências e conhecimentos locais, fundamentais para a elaboração de políticas públicas eficazes. “A discussão global não considera as pessoas nos territórios, especialmente aquelas que têm a vivência necessária para construir soluções a partir da realidade local. Assim, a possibilidade de uma transição justa fica comprometida. Aliás, justa para quem? Essa é uma questão crucial”, questionou o secretário.
Zamban também destacou as iniciativas da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (Senaes), como o Programa Paul Singer de Formação de Agentes de Economia Popular e Solidária, lançado no ano anterior. Esse programa já mobilizou 500 agentes em 300 localidades do Brasil, focando na organização e no mapeamento de empreendimentos solidários. No Nordeste, por exemplo, 100 pessoas atuam como agentes e coordenadores estaduais. “Nossa missão é revitalizar as forças da economia solidária, agricultura familiar e cooperativismo nesses territórios”, destacou.
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Outro projeto em andamento é a criação do Sistema Nacional de Finanças Solidárias, que se inspira em modelos bem-sucedidos de bancos comunitários e fundos solidários em estados como Ceará, Sergipe, Bahia e Paraíba. Essa iniciativa busca fortalecer a economia solidária, proporcionando ferramentas financeiras acessíveis a grupos comunitários.
Além disso, Zamban enfatizou a relevância do edital público da Senaes, que está aberto para selecionar Organizações da Sociedade Civil (OSCs) interessadas em firmar termos de fomento. O objetivo é fortalecer redes de cooperação solidária. “É fundamental que as organizações coletivas se articulem em redes, posicionando-se como uma alternativa ao modelo capitalista. Um novo modelo de organização da vida social já está emergindo nos territórios, especialmente na realidade nordestina”, concluiu.
A Participação da Senaes na COP 30
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A Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária (Senaes) tem um papel ativo na COP 30, participando dos debates na Zona Verde e promovendo empreendimentos solidários que expõem seus produtos no Espaço da Biodiversidade – Produtos Sustentáveis do Brasil. Este espaço é uma oportunidade para a sociedade civil apresentar soluções inovadoras e sustentáveis que refletem a riqueza da economia popular.
A Zona Verde é um ambiente acessível ao público, onde debates e feiras promovem a valorização de produtos oriundos da economia popular e solidária, da agricultura familiar, das culturas indígenas e das comunidades tradicionais. Esses eventos destacam saberes, sabores e práticas que ilustram a diversidade cultural e ambiental do Brasil.

