Feminicídios: Alta Preocupante
No estado do Rio de Janeiro, a violência contra a mulher atinge níveis alarmantes, conforme os dados divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Com 108 casos de feminicídio registrados em 2024, o Rio se mantém entre os estados com as taxas mais elevadas de assassinatos de mulheres motivados por questões de gênero. Isso se traduz em uma taxa de 1,5 feminicídios para cada 100 mil mulheres, superando a média nacional de 1,3.
Violência Física e Ameaças em Ascensão
Além dos feminicídios, a violência cotidiana contra as mulheres também se mostra alarmante. No último ano, foram contabilizados 20.055 registros de ameaças, resultando em uma taxa de 278,7 por 100 mil mulheres. Ademais, 12.243 casos de lesão corporal dolosa foram registrados em contextos de violência doméstica e familiar, o que corresponde a uma taxa de 170,1 por 100 mil. Esses números revelam uma dura realidade, onde a violência de gênero é uma constante na vida das fluminenses, frequentemente perpetrada por companheiros ou ex-companheiros.
Estupros: Uma Realidade Aflitiva
O crime de estupro também traz à luz dados preocupantes. Em 2024, foram registrados 5.515 casos de estupro de mulheres, com uma taxa alarmante de 76,6 por 100 mil. Destes casos, 3.161 envolvem meninas de até 13 anos, evidenciando a extrema vulnerabilidade dessa faixa etária. É importante considerar que esses números podem ser ainda mais elevados, devido à subnotificação, que é uma realidade comum nesse tipo de crime.
Medidas Protetivas: Um Sinal de Esperança?
A demanda por proteção se reflete no número de medidas protetivas de urgência concedidas no estado. Ao longo de 2024, foram emitidas 30.881 ordens, evidenciando que muitas mulheres buscam amparo no sistema de justiça para garantir sua segurança física e emocional. Essa resposta do sistema judiciário é um reflexo da crescente conscientização sobre a necessidade de proteção.
Desafios e Necessidade de Ação
Entretanto, especialistas alertam que a realidade pode ser ainda mais sombria. Muitos casos de violência contra a mulher não são denunciados, em razão de barreiras culturais, medo de retaliação e desconfiança nas instituições. O Anuário ressalta a urgência de investimentos em políticas públicas para combater a violência de gênero, que incluem a ampliação da rede de atendimento, a formação adequada de profissionais da segurança e da saúde, além do fortalecimento das delegacias especializadas que atendem mulheres.
Conclusão: Um Chamado à Ação
O panorama da violência contra a mulher no Rio de Janeiro é preocupante e exige ações efetivas tanto do governo quanto da sociedade. A crescente necessidade de apoio e proteção para mulheres em situação de risco demanda uma resposta robusta e integrada, capaz de enfrentar essa triste realidade e promover a segurança e dignidade de todas as mulheres fluminenses.