A Exoneração que Mudou o Jogo
O ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, anunciou que não suportará mais a candidatura de Rodrigo Bacellar, atual presidente da Alerj, ao governo do Rio de Janeiro em 2026. A decisão também abrange o atual governador Cláudio Castro, do PL, que, segundo informações, deixaria seu cargo em abril para se candidatar ao Senado. A mudança de postura de Bolsonaro ocorre em resposta à exoneração de Washington Reis, ex-prefeito de Duque de Caxias, que foi afastado da Secretaria Estadual de Transportes por Bacellar, sem a devida notificação a Castro. A exoneração se deu no dia 3 de abril, e a manutenção dessa decisão foi anunciada pelo governador no dia 10.
Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente e senador, tentou interceder em favor de Reis durante um almoço em Búzios no dia 4, mas não conseguiu reverter a situação. Após a volta de Castro ao cargo, houve uma promessa de reintegração para Reis, mas a pressão exercida por Bacellar e seus aliados na Alerj fez com que Castro recuasse na sua decisão inicial.
Reação de Bolsonaro e Suas Implicações
Após ser informado sobre a manutenção da exoneração de Washington, Bolsonaro respondeu de forma direta: “Não vou apoiar Cláudio Castro para o Senado, nem Bacellar para o governo. Pode avisar lá.” Com isso, o ex-presidente deixou claro que tomaria um tempo para analisar suas próximas ações políticas no Rio em 2026.
O blog Opiniões havia antecipado as repercussões da exoneração de Washington Reis, alertando Bacellar sobre os riscos de sua decisão. A coluna Ponto Final, da Folha da Manhã, fez uma analogia com as decisões impulsivas de Ciro Gomes no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, sugerindo que Bacellar havia agido por emoção, não por estratégia. A análise indicava que, sem o apoio de Reis, a pré-candidatura de Bacellar poderia enfrentar sérios obstáculos.
Novos Cenários Políticos se Desdobram
Seis dias após a retirada do apoio de Bolsonaro, a pré-candidatura de Bacellar a governador parece ter se tornado ainda mais complicada. Contudo, para o atual governador Cláudio Castro, a saída de Bolsonaro abriu novas possibilidades de alianças. De acordo com aliados, vários partidos, incluindo PP, União Brasil, MDB, Republicanos e até mesmo o PSD, se mostraram interessados em dialogar com Castro para o futuro político.
O jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, comentou sobre o crescente movimento em torno de Castro e as novas articulações que estão surgindo no cenário político. Enquanto isso, Rodolfo Schneider, diretor de conteúdo da Band, abordou essa dinâmica em um programa de televisão, destacando que os líderes políticos que se sentem no auge podem cometer erros significativos, o que parece ser o caso do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar.
Questionamentos Sobre a Liderança de Bacellar
Enquanto isso, o jornalista Cláudio Magnavita, do Correio da Manhã, levantou questões sobre a habilidade de Bacellar em manter sua posição, apesar das críticas de sua forma de liderança. A reeleição unânime dele à presidência da Alerj, com o apoio até mesmo de parlamentares da oposição, parece contradizer as alegações de truculência e desagregação que muitos apontam.
Esse desenrolar de fatos mostra que o jogo político no Rio de Janeiro está longe de ser previsível. Com cada movimento, novas possibilidades e desafios surgem, e a capacidade dos envolvidos de navegar por essas águas turbulentas será crucial para suas ambições eleitorais.